Declamação:
Num balcão de pulperia no rincão da encruzilhada
Me topei com um pavena desses da venta rasgada
Cortando um naco de tento e bebendo goles de estrada
Melena aparada de cepo
Se gavionando pra andar
Uma bota russilhona
Que range no caminhar
A bombacha de dois panos
Que dá gosto a gente olhar
Chapéu de aba caída
E um pala de gorgurão
O cinto couro de lontra
Fivela de patacão
A faca Chimba de marca
E um bisna marca Nagão
A espora de cravo grande
Templada de aço puro
Tilintava cadenceando
O tranco do pelo duro
Mais entonado que um tigre
Dando bote no escuro
Um mouro passarinheiro
Calçado nas quatro patas
Cola atada canta galo
Aperos de corda chata
E um lombilho castelhano
Cabeça de pura prata
Um rubro ponta franjada
De galopar o barulho
Perguntei donde é que é o taura
Me respondeu do Mangrulho
Lá do interior de São Borja
Lá do interior de São Borja
Terra natal do Getulio
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